DEVOCIONAIS

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O Verdadeiro Eu.
Deve haver uma entrega real do eu. Você precisa jogá-lo fora, por assim dizer, “cegamente”. Cristo lhe oferecerá uma personalidade de verdade, mas você não deve procurá-lo só por isso. Se a sua personalidade verdadeira é o que importa, então é bem pouco provável que voce procure a Cristo. O primeiro passo nessa direção é tentar esquecer o seu eu de uma vez por todas. O seu verdadeiro eu (que é de Cristo e tambem seu, sendo seu justamente por ser de Cristo) não surgirá enquanto você estiver procurando por ele. Surgirá quando você procurar por Cristo. Isso lhe soa estranho?
O mesmo princípio se aplica as coisas do cotidiano. Até na vida social você jamais passará uma boa impressão as pessoas, enquanto não parar e pensar sobre o tipo de impressão que está passando. O mesmo se aplica a literatura e a arte; ninguém que se preocupa em ser original será capaz de ser realmente original; se você simplismente se empenhar em dizer a verdade (sem dar a mínima para a quantidade de vezes que ela já tenha sido dita) , em noventa por cento dos casos você se tornará original, sem ter se dado conta disso. Esse princípio perpassa a vida toda, de alto a baixo. Abra a mão de si mesmo e descobrirá o seu verdadeiro eu. Perca a sua vida e você a salvará. Submeta-se a morte, a mortificação das suas ambições e do seus desejos favoritos todos os dias e a morte do seu corpo no final; submeta-se com todo o seu ser, e achará a vida eterna. Não retenha nada. Nada do que você não entregar será realmente seu. Nada que não tenha morrido em você poderá ressuscitar dos mortos.
Se você continuar buscando a si mesmo, ao longo do caminho, só achará ódio, solidão, desespero, fúria, ruína e decadência. Porém, se você buscar a Cristo, certamente o encontrará e com ele as demais coisas acrescentadas.
CS lewis

Gloriando-se na humildade



Portanto, eu me gloriarei ainda mais alegremente em minhas fraquezas, para que o poder de Cristo repouse em mim. 

2 Coríntios 12.9 
A atitude de Paulo neste versículo é um modelo para nós. Ao refletir sobre as tribulações, ele percebeu a razão por que havia sido afligido pelo “espinho”. Era para “impedir que eu me exaltasse por causa da grandeza dessas revelações” (2Co 12.7). Independente de qualquer outro propósito que as tribulações dos cristãos possam ter ou não em equipá-los para o serviço no futuro, elas sempre terão pelo menos o mesmo propósito que o espinho na carne de Paulo: são enviadas para nos tornar e nos manter humildes e para nos dar uma nova oportunidade de demonstrar o poder de Cristo em nossa vida mortal. Isto não é, por si só, suficiente para nos convencer da sabedoria de Deus? 
Assim que Paulo percebeu que suas tribulações haviam sido enviadas para que pudesse glorificar a Cristo, ele as aceitou como designadas pela sabedoria de Deus e até mesmo se alegrou com elas. Que Deus nos conceda a graça de, em todas as nossas tribulações, agirmos da mesma maneira. 
Para refletir: Você é capaz de permitir que a tribulação produza piedosa humildade em sua vida, ou tem lutado contra as tribulações, na esperança de manter seu orgulho intacto?
Retirado de O Conhecimento de Deus Ao Longo do Ano (Editora Ultimato, 2008)

Da Cabeça Aos Pés
























Quem dentre vós é sábio e entendido? Mostre pelo seu bom trato as suas obras em mansidão de sabedoria.
[Tiago 3.13]

Jesus era um contador de histórias. Na verdade sua vida é uma história. Seu legado não é dogmático, conceitual, tipo cartilha com princípios lógicos e enunciados teóricos. Por essa razão o discipulado acontece na trama da vida e no emaranhado das relações humanas.

O habitat natural de um seguidor de Jesus não é a biblioteca ou a sala de aula, mas o mercado, a rua, e até mesmo o burburinho complexo do templo e seu páteo cheio de fiéis em conflito e lideres religiosos desonestos. As palavras do discipulado não são apenas “saber”, “crer” e “acreditar”. São também e principalmente: “seguir”, “imitar”, “conhecer” e “obedecer”.


O TAMANHO DO AMOR DE DEUS


O teu amor é tão grande que alcança os céus. (Sl 57.10.)

HÁ UMA MEDIDA QUE NINGUÉM CONHECE E que talvez nem exista: a distância entre a Terra e os céus. É possível calcular a distância entre a Terra e a Lua, entre a Terra e o Sol, entre a Terra e a estrela por enquanto mais distante. Se soubéssemos qual a distância entre o nosso planeta e os céus, certamente não teríamos nem papel suficiente nem números suficientes nem tempo suficiente nem paciência suficiente para escrever a misteriosa e assombrosa medida. O prejuízo é que ficaríamos não só sem a medida espacial, mas também sem a medida do amor divino. Segundo o salmista, o amor de Deus “é tão grande que alcança os céus” (Sl 57.10).
Parece que a oração de Paulo nunca será literalmente respondida: “Oro para que... vocês possam, juntamente com todos os santos, compreender a largura, o comprimento, a altura e a profundidade, e conhecer o amor de Cristo que excede todo conhecimento, para que vocês sejam cheios de toda a plenitude de Deus” (Ef 3.16-19). As quatro medidas do amor de Cristo — largura, comprimento, altura e profundidade — são inalcançáveis, principalmente a altura. Mas Paulo não é ingênuo. Ele mesmo não sabe a medida do amor de Deus e é obrigado a confessar que ela ultrapassa todo conhecimento.

No Antigo Testamento parece que não há outra pessoa mais encantada com o amor de Deus do que o salmista. Para ele o amor de Deus é antigo, é sublime, é imenso, é eterno (Sl 89.49; 109.21; 117.2; 103.17). Na verdade, além de alcançar os céus, o amor de Deus “se eleva muito acima dos céus!” (Sl 108.4).

O que é mais Maravilhoso, é que esse amor, tão grande, tão forte, tão imenso, cabe direitinho em nosso coração.

Retirado de Refeições Diárias Com Sabor dos Salmos (Editora Ultimato, 2006)


Abatido e firme


Preparam armadilhas para os meus pés; fiquei muito abatido. (Sl 57.6.)
O abatimento é uma experiência muito desagradável. Sobretudo quando não estamos acostumados com ele, quando é uma novidade para nós. É disso que se queixa o salmista: “Fiquei muito abatido” (Sl 57.6). Ele não estava abatido até que tomou conhecimento de uma investida da parte dos que não o queriam bem. De um degrau mais alto desceu para um degrau mais baixo. De uma situação mais confortável desceu para uma situação menos confortável. De uma condição de ânimo desceu para uma condição de desânimo. A queda afetou a saúde espiritual, a saúde emocional e a saúde física. Trouxe algum transtorno para o homem todo.
Essa não é a primeira nem a última vez que o salmista passa por esse desconforto. Ele já havia confessado: “Estou encurvado e muitíssimo abatido” (Sl 38.6). Já havia se questionado: “Por que você está assim tão triste, ó minha alma?” (Sl 42.5, 11; 43.5). 

Naturalmente há muitos graus de abatimento, do brando ao pavoroso. A durabilidade também varia muito, daquele minutinho de desânimo ao desânimo crônico. O abatimento tem sinônimos leves (desalento, desânimo) e sinônimos assustadores (depressão). 

No caso em foco, o salmista soube lidar com a má notícia e com o transtorno que ela causou. De tal modo que, no mesmo poema, ele declara não só o seu abatimento (“Fiquei muito abatido”), mas também a sua firmeza (“Meu coração está firme, ó Deus”). Uma afirmação segue a outra. 

Muitas vezes nosso coração está pesado e triste, porém em Deus conseguimos encontrar as forças necessárias para continuar. Jesus é a nossa rocha, onde encontramos segurança. Somente Ele pode nos preencher com alegria em momentos de desanimo. 

Busque ao Senhor, e peça para que Ele preencha seu coração com a Sua Alegia 

Retirado de Refeições Diárias Com Sabor dos Salmos (Editora Ultimato, 2006)

Seguir e Imitar
Quem me segue não andará em trevas.
[João 8.12]

Sejam meus imitadores, como eu o sou de Cristo.
[1Coríntios 11.1]

A relação entre o seguimento de Jesus e a imitação de Cristo é uma questão essencial à espiritualidade cristã. Santo Agostinho esclarece perguntando “Quid est enim sequi nisi imitari?” (O que é seguir, senão imitar?).

Quando um rabino chamava alguém para segui-lo era como se perguntasse ao discípulo: “você quer ser igual a mim?”. Todo rabino acreditava que seus discípulos poderiam aprender as coisas que ele sabia, fazer as coisas que ele fazia, viver do jeito que ele vivia. O processo do discipulado implicava a imitação do rabino, mas para isso o discípulo deveria seguir seu mestre de perto, bem de perto. Isso explica as palavras do antigo mestre judeu Yose ben Yoezer: “Deixe-se cobrir pela poeira dos pés do seu rabino”.

De que forma em minha vida eu tenho buscado Seguir e Imitar os passos de Jesus?
Ed René kiwits

Energia Para a Glória de Deus
"Mas o povo que conhece ao seu Deus se tornará forte e ativo".
Daniel 11.32 ARC

Os que conhecem a Deus têm grande energia para Deus. Energia para Deus é exatamente o que vemos acontecendo nos capítulos que narram as proezas de Daniel e seus três amigos. Quando o Rei Dario proibiu a prática da oração durante um mês, sob pena de morte, Daniel não somente continuou a orar três vezes por dia, mas também o fazia diante de uma janela aberta, de modo que todo mundo pudesse ver o que ele estava fazendo (6.10).

Isso não significa que Daniel era um cidadão revoltado e subversivo, que sentia prazer na rebelião e só se realizava quando estava agindo contra o governo. 

É que os que conhecem o seu Deus são sensíveis a situações nas quais a verdade e a honra de Deus estão sendo direta ou indiretamente colocadas em jogo. Em vez de deixar a questão passar por negligência, eles se esforçam para chamar a atenção dos homens e despertar uma mudança de coração com relação a isso — mesmo sob risco pessoal.

Para escrever: O que lhe dá energia? Agradeça a Deus por esta capacidade. Pense em algumas maneiras como você poderia usar essa energia para a glória de Deus.

Retirado de O Conhecimento de Deus ao Longo do Ano (Editora Ultimato, 2008)

BURACO NEGRO
De forma muito simplista, um buraco negro é uma região no espaço que contém tanta massa concentrada que nenhum objeto consegue escapar de sua atração gravitacional. Por exemplo, suponha que você está na superfície de um planeta. Você atira uma pedra para cima. Supondo que você não atire muito forte, ela subirá por algum tempo, mas eventualmente a aceleração devida à gravidade do planeta vai fazê-la descer de novo. Se você atirar a pedra com força suficiente, no entanto, você poderia fazê-la escapar inteiramente da gravidade do planeta. A pedra continuaria a subir para sempre. A velocidade com que é necessário atirar a pedra para que ela escape da atração gravitacional do planeta é chamada de "velocidade de escape". A velocidade de escape depende da massa do planeta: se o planeta for extremamente massivo, sua gravidade é muito intensa, e a velocidade de escape muito elevada. Um planeta mais "leve" teria uma velocidade de escape inferior. A velocidade de escape também depende da distância a que você se encontra: quanto mais perto você estiver, maior a velocidade de escape. A velocidade de escape da Terra é de 11,2 km/s, enquanto que a velocidade de escape da Lua é de apenas 2,4 km/s. Imagine agora um objeto com tamanha massa, concentrada num raio pequeno de tal forma que sua velocidade de escape seja maior que a velocidade da luz. Neste caso, uma vez que nada pode se deslocar mais rapidamente que a luz, nada poderá escapar do campo gravitacional desse objeto. Mesmo um raio de luz seria puxado de volta pela gravidade e não teria como escapar. (Fonte: Instituto de matemática e Estatística da USP) 
A mesma força que faz com que os raios de luz sejam puxados de volta, faz também com que qualquer coisa que se aproxime de um buraco negro seja sugada por ele. Isto é, um buraco negro é um imã poderosíssimo que funciona como um bicho come-come, que não perde a chance de engolir suas presas. Se você já viu um sapo comer uma mosca, sabe do que estou falando. 

Mas o que isso tem a ver com espiritualidade? Nada, exceto se compreendermos o buraco negro como uma metáfora do pecado. Isso mesmo, quando penso em pecado imagino que são buracos negros na alma. Poderíamos dar nomes aos buracos negros da alma: “imoralidade sexual, impureza e libertinagem; idolatria e feitiçaria; ódio, discórdia, ciúmes, ira, egoísmo, dissensões, facções e inveja; embriaguez, orgias”, que a Bíblia chama de obras da carne. 

Quando essas coisas existem na alma, elas sugam tudo de bom que passa pela nossa órbita. Passa um sorriso, mas ele é sugado pelo buraco negro ódio; passa uma oportunidade de sermos generosos, mas ela é sugada pelo buraco negro egoísmo; passa uma amizade, mas ela é sugada pelo buraco negro ciúmes, ou discórdia, e assim vai, até que os buracos negros da alma crescem e se juntam formando um buraco só, que chegam a sugar a própria pessoa para dentro dele. O resultado é que a pessoa fica aprisionada na escuridão e, assim como a luz não consegue escapar do campo de gravidade do buraco negro, nada de bom escapa do buraco negro existencial: ela não sorri mais, não consegue mais fazer amizades, não é capaz de agir com generosidade, não se doa mais, não acredita em mais nada, perde a esperança e não vê mais graça na vida. 

Acho que foi a respeito desse tipo de gente que Jesus disse: “os olhos são a candeia do corpo. Se os seus olhos forem bons, todo o seu corpo será cheio de luz. Mas se os seus olhos forem maus, todo o seu corpo será cheio de trevas. Portanto, se a luz que está dentro de você são trevas, que tremendas trevas são!”. Quando a alma é um buraco negro, o mundo todo é escuro.

Ed René Kivitz.


Servir Privilégio de Poucos.


É natural ao coração humano a busca de conforto, status, poder e tudo quanto vem agregado a estas realidades. Tiago, João e sua mãe foram até Jesus solicitar tais privilégios na consumação do reino de Deus. Jesus não disse nem que sim, nem que não, mas aproveitou para reforçar que o reino de Deus é reino de servos e, portanto, os servos são os verdadeiros governantes do mundo. No reino de Deus, o privilégio e o ônus de governar não é das "pessoas importantes", mas dos servos, até porque, governar é servir. No reino de Deus, a maneira de governar não é exercendo domínio sobre os governados, mas servindo os governados, até porque, governar é servir. Na lógica do reino de Deus, o oposto também é verdadeiro: servir é governar.

Para servir é necessário sair da zona de conforto, isto é, fazer o indesejado, dedicar tempo para tarefas pouco atraentes, assumir responsabilidades desprezadas pela maioria, fazer "o trabalho sujo", enfim fazer o que ninguém gosta de fazer. Para servir é necessário vencer o orgulho, isto é, se dispor a ser tratado como escravo, ter os direitos negligenciados, ser desprestigiado, sofrer injustiças, conviver com quase nenhum reconhecimento, enfim, não se deixar diminuir pela maneira como as pessoas tratam os que consideram em posição inferior. Para servir é necessário abrir mão dos próprios interesses, isto é, pensar no outro em primeiro lugar, ocupar-se mais em dar do que em receber, calar primeiro, perdoar sempre, sempre pedir perdão, enfim, fazer o possível para que os outros sejam beneficiados ainda que ás custas de prejuízos e danos pessoais.


Não é por menos que em qualquer sociedade humana existem mais clientes do que servos. Servir não é privilégio de muitos. Servir é para gente grande. Servir é para gente que conhece a si mesma, e está segura de sua identidade, a tal ponto que nada nem ninguém o diminui. Servir é para gente que conhece o coração das gentes, de tal maneira que nada nem ninguém causa decepção suficiente para que o serviço seja abandonado. Servir é para quem conhece o amor, de tal maneira que desconhece preço elevado demais para que possa continuar servindo. Servir é para quem conhece o fim a que se pode chegar servindo e amando, de tal maneira que não é motivado pelo reconhecimento, a gratidão ou a recompensa, mas pelo próprio privilégio de servir. Servir é para gente parecida com Jesus. Servir é para muito pouca gente.

A comunidade cristã - a Igreja, pode e deve ser vista, portanto, como uma escola de servos. Uma escola onde aprendemos que somos portadores do dna de Deus, dignidade que ninguém nos pode tirar. Uma escola onde aprendemos que, por mais desfigurado que esteja, todo ser humano carrega a imagem de Deus. Uma escola onde aprendemos a amar, e descobrimos que, se "não existe amor sem dor", jamais se ama em vão. Uma escola onde aprendemos que "mais bem aventurada coisa é dar do que receber".

Servir é mesmo privilégio de poucos. De minha parte, preferiria ser servido. Mas aí teria de abrir de mão do reino de Deus. Teria de abrir mão de desfrutar do melhor de mim mesmo. Teria de abrir mão de você. Definitivamente, me custaria muito caro. Nesse caso, continuo na escola.

Ed René Kivitz